Acabei de receber o livro Navegação em Hipermídia: uma abordagem centrada no usuário (tão bom que se não fizer reserva no Submarino não se consegue comprar) e, como o estava aguardando ansiosamente, não pude resistir e já comecei a ler. Logo no início do livro, chamou minha atenção a definição clara e objetiva dos componentes de um sistema de navegação, quer dizer, a definição e descrição das “características elementares” que um sistema de navegação (no contexto deste blog, leia-se: web sites e sistemas web, em geral) deve possuir para ser eficiente.
Estes componentes de um sistema de navegação, segundo as autoras do livro, trabalham de forma integrada e interdependente e, portanto, seu conjunto pode ser considerado um sistema. Quer dizer, este componentes que compõem um sistema de navegação interagem mutuamente entre si para formar um “todo” maior, e proporcionam as características e peculiaridades necessárias para uma pessoa conseguir interagir com esse sistema de forma eficiente.
Os 6 componentes de um sistema de navegação genérico
Os componentes de sistemas de navegação são:
- Áreas clicáveis. Estes componentes de sistemas de navegação permitem às pessoas pressionar ou selecionar elementos através de um dispositivo de apontamento (no caso, o mouse). Por exemplo: tradicionalmente e por uma questão de usabilidade, os links aparecem (pelo menos, deveriam) sublinhados.
- Mecanismos para identificar áreas clicáveis. Permitem que as pessoas que usam sistemas de navegação identifiquem com mais facilidade os elementos clicáveis. Por exemplo, quando se passa o cursor do mouse sobre um botão, ele muda de cor ou fica com bordinhas serrilhadas.
- Indicadores de localização. Responsáveis por indicar a quem usa o sistema de navegação sua exata localização dentro deste sistema; de informar em qual posição do “todo” ele se encontra no momento. Deve mostrar em que “nó” do sistema a pessoa está e quais as possibilidades de navegação ela tem a partir daquele ponto.
- Ferramentas para auxiliar a navegação. Proveem a quem utiliza o sistema de navegação hipermidiático o acesso às informações de maneira diferenciado ao “nó-a-nó”. Caso a pessoa esteja “perdida” ou confusa quanto à sua localização atual dentro do sistema, essas são as ferramentas que a auxiliarão e a ajudarão a se reorientar e retornar à uma “rota conhecida” (ex.: menus, pesquisa, favoritos).
- Ferramentas de retronavegação. Como indica o próprio nome, estas ditas ferramentas auxiliar a pessoa que usa um sistema de navegação a retornar a um ou mais nós de navegação recentes (ou não tão recentes) sem precisar acessar exatamente os links que usou para chegar à sua posição atual. Como exemplo: botão “Voltar” dos navegadores e breadcumbs (“Migalhas de pão”).
- Feedback. É a característica dos sistemas de navegação de manter aqueles que os utilizam informados sobre ações, operações e andamentos que acontecem/aconteceram/acontecerão; ou, nas palavras precisas das autoras do Navegação em Hipermídia, informar sobre uma mudança de estado do sistema. Como exemplos, elas citam a mudança de cores em links visitados (embora haja exceções), barras de loading e mensagens que informam que ações foram realizadas com sucesso ou que aconteceu algum erro.
Seu projeto possui todos elementos necessários?
Na verdade, eu já conhecia esses elementos característicos a sistemas de navegação hipermidiáticos de meus estudos sobre Interação Homem-Máquina. O que me chamou a atenção foi a maneira simples e objetiva com que foram colocados no livro de Stephania Padovani e Dinara Moura.
Você, desenvolvedor, fique ligado e analise os web sites e sistemas online que você faz e/ou participa e confira se todos estes elementos estão presentes. A falta de somente um deles faz com que o “todo” fique desfalcado e a experiência da pessoa que navega seja incompleta. Analise todos seus projetos, inclusive os já concluídos, e analise se estas características de um bom sistema de navegação estão lá.
É importante para você desenvolver um sistema de qualidade e, mais importante ainda, quando se tem em mente que, na verdade, quem sai prejudicado com a falta de um destes componentes é a pessoa que está “do outro lado do sistema”, quer dizer, quem o utiliza!