No artigo que discute as questões sobre o uso de labels em ícones, um termo (atualmente) não muito comum a todos os da área de desenvolvimento web surgiu: Redução Progressiva. Caso tenha ficado na dúvida, veja neste artigo mais informações sobre a Redução Progressiva e seu “contraponto”, o Decaimento de Experiência, e como essa dupla dinâmica pode ser muito importante para prover uma excelente experiência aos visitantes de seus projetos web.
Redução Progressiva e “Cultura de Redução”
Os princípios da (por alguns) chamada “Era do Flat Design” são a consequência de uma “cultura de redução” — um ponto importante para começar. Sem a “cultura do produto certo”, implementar os princípios deste post não serviria para muita coisa.
A ideia principal por trás da Redução Progressiva é simples: a usabilidade é um alvo em movimento. A compreensão de uma pessoa sobre uma aplicação melhora ao longo do tempo e a interface dessa aplicação deve se adequar às pessoas.
Uma questão de viés
No início, o designer pode definir uma barra com algumas opções que estarão presentes na aplicação. Ela vai ter ícones grandes? Texto grande? Texto pequeno? Terá labels? Sem labels? Alguma combinação?
Há sempre o desejo de projetar para pessoas que já sabem mexer bem na aplicação, os conhecidos como “power users” ou usuários avançados. O sonho de muitos designers de uma interface perfeita é aquela que foi reduzida ao mínimo absoluto — embora seja certo que, ocasionalmente, cometem-se erros ao reduzir muito as coisas.
Quanto mais designers “convivem” com um produto, maior será a tendência de projetarem para usuários avançados. Alternativamente, aplicar cegamente heurísticas básicas de usabilidade resulta em um viés mais para novos usuários. O erro não é polarizar a UI para um tipo específico de usuário; é em perceber que a tendência da coisa toda está mudando. A questão é: como guiar um novo usuário, com conhecimentos básicos sobre uma aplicação, com baixa proficiência, para um status de alta proficiência?
Com a redução progressiva, a UI se adapta à proficiência do usuário!
Um exemplo de Redução Progressiva
LayerVault dá um exemplo interessante e bastante ilustrativo sobre redução progressiva.
É feito o tracking de uso para a maioria de seus principais recursos. À medida que a pessoa usa mais e mais um determinado recurso, começa-se a reduzir sua respectiva UI; a pessoa já aprendeu o que o ícone significa e sabe onde se encontra o botão. Na prática, isso pode se manifestar de algumas maneiras.
Por exemplo, para a interação “Signposting”, as pessoas são apresentados ao conceito de Signposting, mas a interação não é exatamente clara uma vez que alguém decide que gostaria de experimentá-la.
Nesse app, todas as revisões são privadas. Signposts permitem que se tire revisões da linha do tempo de um projeto e as exponha a um cliente ou colega de equipe. É incrivelmente útil, mas também ligeiramente ambíguo no início.
O botão “Signpost” começa como um ícone grande com label. Quando a pessoa demonstra aumento na proficiência, o label é removido. Depois que a pessoa se tornou um profissional total, o botão se altera completamente. Outros exemplos incluem variações nos labels, tamanhos, contraste, cor etc.
Decaimento de Experiência
Quase tão importante quanto o conceito de Redução Progressiva é algo chamado por alguns de “Decaimento de Experiência”. Uma interface não utilizada é como um velho amigo que se sente um pouco estranho no primeiro reencontro: uma reaprendizagem suave é necessária.
A proficiência de uso de uma pessoa em uma aplicação irá decair ao longo do tempo sem uso. Como tal, a proficiência refletida na UI também decai ao longo do tempo. Essencialmente, a UI “regride” se não é usada.
Uma técnica possível para implementar a Redução Progressiva é atribuir níveis a cada recurso, começando com o Nível 1. Por exemplo, quando uma pessoa ganha proficiência suficiente em “Signposting”, ela entra no Nível 2 de vários elementos de UI. Se “Signposting” não for usado por alguns meses, sua UI retorna ao Nível 1.
A ideia de “Decaimento de Experiência” é necessária para equilibrar com o conceito de Redução Progressiva. Sem isso, corre-se o risco de criar uma experiência ruim.
Conclusão sobre Redução Progressiva e Decaimento de Experiência
Atualmente, encontra-se exemplos de Redução Progressiva e Decaimento de Experiência por aí, por enquanto mais em jogos e/ou em redes sociais do que em aplicativos mais sérios.
Uma conseqüência de ser capaz de personalizar a ênfase em vários componentes de UI é encorajar o uso de diferentes recursos ou ocultar os não utilizados. Estas são técnicas novas de UX e ainda se está começando a pensar em interfaces como recursos altamente personalizáveis, adaptáveis para cada pessoa que as usam.
E isso é algo muito emocionante!