Tenho certeza de que todos nos lembramos de como costumávamos usar a internet há quase 10 anos — estávamos principalmente procurando por “conteúdos sensíveis ao tempo”. Naquela época, nossas necessidades eram bastante imediatas e específicas.
Não é mais o caso.
Este é o segundo artigo da série sobre 5 mitos de interface mobile:
- Mito 1: usuários móveis estão sempre com pressa
- Mito 2: sites móveis requerem menos features
- Mito 3: simplicidade é bom, complexidade é ruim
- Mito 4: diretrizes não podem ser quebradas
- Mito 5: designers e visitantes pensam igual
Mito 2: sites móveis requerem menos features
Naquela época, pessoas em dispositivos móveis acessando um site tinham pouca ou nenhuma intenção de explorar ou comprar qualquer coisa. As conexões de dados eram mais lentas e dispendiosas. Fazia sentido projetar sites móveis para tarefas reduzidas, oferecendo o mínimo.
A mentalidade geral era “se está em dúvida, deixe de fora” e se as pessoas quisessem visualizar o site completo, precisariam acessar de um desktop.
A verdade: priorize e maximize as capacidade que o mobile oferece
De acordo com a Pew Internet, a dependência de smartphones aumentou. 1 em cada 10 adultos nos EUA usa seus smartphones como principal meio para se conectar à internet e esse número está crescendo rapidamente. Para reforçar o cenário, enquanto o uso geral da internet aumentou, serviços de banda larga para residências têm se estabilizado nos últimos anos.
Hoje em dia, quando alguém visita um site em seu dispositivo móvel, espera encontrar tudo o que a versão desktop oferece. A maneira prática de conseguir isso é priorizar e maximizar os recursos de dispositivos móveis, incluindo:
- Tirar proveito dos superpoderes de sensores de dispositivos móveis (algo que os desktops não possuem)
- Colocar mais conteúdos e recursos em um site mobile — dependendo dos objetivos do visitante, isso pode significar a adição de botões de compartilhamento fixados na tela uma funcionalidade de toque rápido para voltar ao topo da página
- Desenvolver sites para se adaptarem às necessidades específicas de cada tipo de dispositivo
A ideia é se livrar do pensamento de que uma tela menor indica menos intenção de explorar/usar. Ao invés de eliminar recursos em dispositivos móveis, priorize-os!
Ninguém está sugerindo que as informações sejam apresentadas exatamente da mesma maneira, independentemente de por qual dispositivo/configuração o acesso seja feito. Veja este exemplo:
Neste comparativo, fica claro que o espaço diminuto da tela é mal aproveitado à direita. À esquerda, já se foi direto ao ponto, estimulando o visitante a realizar a ação principal planejada sem delongas.
Fim da segunda parte sobre mitos de interface mobile
Tal como citado no primeiro artigo da série, este mito também já foi derrubado por Luke Wroblewski em 2011 (!), em seu livro Mobile First. Aqui no desenvolvimento para web também já alertamos sobre isso há anos…
Mas é realmente impressionante como até hoje aqueles que projetam sites continuam perpetrando a prática de remover recursos/informações de sites a partir de visitas mobile. Em muitas das vezes os pobres desenvolvedores não temos nada com isso; o erro vem “de cima”…
De qualquer maneira, fica a lição do artigo: priorize e maximize recursos de dispositivos móveis e tente ao máximo não penalizar quem acessa seu site/app oferecendo menos informações/recursos.