Gestalt aplicado ao design web (parte 1): origem do termo, significado e utilidade

Primeiro artigo da série sobre Gestalt aplicado ao design web

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Neste primeiro artigo da série, falo sobre o que é Gestalt, apresento um breve histórico e cito sua utilidade para aplicação no web design. Posteriormente, mostrarei alguns princípios de design conhecidos por todos os profissionais do ramo – na verdade, “medidas simples” que devem ser tomadas no momento de compor um layout.

Este artigo é parte da série “Gestalt aplicado ao design web“. Confira a lista de todas as partes:

Sobre o termo “Gestalt

Segundo o Instituto Gestalt de São Paulo,

a palavra Gestalt (plural Gestalten) é um termo intraduzível do idioma alemão para o português. O Dicionário Eletrônico Michaelis apresenta como possibilidades as palavras figura, forma, feição, aparência, porte; estatura, conformação; vulto, às quais ainda se pode acrescentar estrutura e configuração.

Complementando, o psicólogo Leonel Vieira diz, em seu artigo Descubra suas “gestalts abertas”, que, para a tradução do termo, também se pode usar “forma total” ou “forma global”.

Mas o que, exatamente, é “Gestalt“?

Gestalt é uma teoria – uma escola de pensamento, se ficar melhor – que estuda como os seres humanos percebem as coisas. Surgiu no início do século passado, na Alemanha, e teve como principais expoentes Kurt Koffka, Wolfgang Köhler e Max Werteimer. Ela apregoa que nossa percepção não se dá por “pontos isolados”, mas, sim, por uma visão de “todo”. Citando Juliana Fausto, em seu artigo Gestalt, publicado no web site do designer Tiago Teixeira,

somos bombardeados por estímulos físicos todo o tempo e, para compreendê-los, formamos organizações perceptuais (termo que se aplica tanto ao processo de organização quanto ao resultado em si). Há várias maneiras de se organizar esses estímulos, e, de fato, o fazemos, mas de tal modo que exista sempre apenas uma: nunca há dois tipos de organização em um só momento. Esse empreendimento se dá de maneira espontânea, inerente ao indivíduo, porém o consciente pode exercer um papel nesse processo, pois a organização perceptual ocorre dentro e fora da consciência: se a pessoa quiser, poderá criá-la conscientemente, mas se não o fizer, o inconsciente agirá.

No web site do Instituto Gestalt de São Paulo é possível saber que a Gestalt se divide em 3 sub áreas, quais sejam, Psicologia da Gestalt, Gestalt Terapia e Gestaltpedagogia, cada uma com seu próprio “momento de chegada”, seus próprios pensadores e abordagem focada.

Para que serve a Gestalt?

Uma taça ou duas pessoas se beijando? Só Gestalt explica…

Levando em conta a Psicologia da Gestalt, que é o que interessa, para o caso, sua utilidade é analisar e “diagnosticar” as maneiras pelas quais percebemos o mundo em que vivemos. Os elementos que o compõem (vistos como um “todo”, como falado) e de que maneira isso influi na vida das pessoas.

Quer dizer, sabendo como é a “visão humana”, é possível fazer, o que quer que seja, levando-se em consideração determinadas práticas benéficas que agradam à percepção, que são mais benignas, diga-se dessa maneira. Por exemplo: fazendo um design web levando-se em conta determinados princípios, é possível criar uma composição que agrada aos olhos e à percepção dos visitantes!

Quando alguém entra em um web site e pensa “Não gosto deste site, mas não sei explicar o motivo…”, na verdade sabe o que há de errado, sim; mas o sabe de forma inconsciente! Seu cérebro, num limiar que não é percebido naquele momento, “capta” que existem discrepâncias entre os elementos, que eles estão fora do lugar, que não se “ajeitam”…

O estudo de princípios básicos de Gestalt, aplicados ao design para web, podem oferecer a quem os usa a chance de compor melhores layouts e, conseqüentemente, agradar mais aos visitantes dos sites que produz. As pessoas se sentirão confortáveis e navegar por ali será um verdadeiro prazer!

Esse é o objetivo da teoria Gestalt aplicada ao desenvolvimento de designs para web. Saber disso é dar um passo rumo a trabalhos mais profissionais e consistentes e, mais importante, realizar projetos de maior qualidade, que agradam às pessoas para as quais estes são feitos!

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