- Gestalt aplicado ao design web (parte 1): origem do termo, significado e utilidade;
- Gestalt aplicado ao design web (parte 2): princípio da proximidade;
- Gestalt aplicado ao design web (parte 3): exemplos web do princípio da proximidade;
- Gestalt aplicado ao design web (parte 4): princípio da boa continuidade ou princípio do alinhamento;
- Gestalt aplicado ao design web (parte 5): exemplos web do princípio do alinhamento;
- Gestalt aplicado ao design web (parte 6): princípio da experiência passada (artigo atual).
No último artigo da série, apresentei alguns exemplos de aplicação do uso do princípio do alinhamento em alguns web sites. Neste artigo, falo um pouco sobre o princípio da experiência passada, ou, como alguns preferem, princípio da aprendizagem. Quebrando um pouco o estilo da série, apresento a parte conceitual desta lei de Gestalt e alguns exemplos, de uma vez.
O princípio da experiência passada refere-se, como o próprio nome sugere, à experiência já adquirida (no passado…) que o observador de determinada obra, peça, cena, web site, etc, tem e de quais maneiras isso pode (ou não pode) ajudá-lo a interpretar, reconhecer e “conectar“.
É algo bastante pessoal, subjetivo, já que a experiência ocorrida é peculiar e cada indivíduo tem suas próprias vivências, histórias e situações; quer dizer, algo observado pode (e geralmente tem) um significado diferente de pessoa para pessoa devido, dentre outras coisas, às experiências passadas.
Pelo exposto, não é complicado inferir que é a partir do processo de associação que a interpretação acontece: associamos coisas / elementos que já conhecemos previamente quando em face ao novo. Valendo-me das palavras de Danilo Medeiros, do digitalminds,
[…] se a gente vê uma coisa com caule, galhos e folhas a gente imagina que seja uma árvore, se a gente vê uma coisa com quatro patas que late a gente imagina que seja um cachorro […]
Isso é associação! ;-)
E, como faz parte de um processo de aprendizagem / interpretação humano, certamente que podemos nos valer disso para a feitura de web sites; podemos “tirar vantagem” do princípio da experiência passada para compor layouts!
Exemplos do princípio da experiência passada aplicado ao web design
No site Spot.BG, por exemplo, vemos esta estranha forma, esta coisa irreconhecível, à esquerda, sorrindo. “Estranha forma”? Não, não… A não ser que você seja alguém que jamais viu uma mulher antes, em toda sua vida, seu cérebro fará a correta associação e identificará, instantaneamente, que esta é a cabeça de uma mulher, cujo corpo está “escondido” atrás do corpo do site.
No restaurantica podemos perceber (em resolução de tela de 1280 por 1024, ou superior) como o princípio da experiência passada é bem utilizado, apresentando estes bonitos talheres (viu, é possível saber que são talheres porque sabemos como são os talheres, dado que já os vimos no passado).
Vejam que bonitos livros fazem parte da composição do design do site dustycover.da (atualmente fora do ar). São livros, não são? ;-)
No site desta Igreja Batista Missionária, por exemplo, podemos perceber a sutil árvore posta em background. Todos percebemos que é uma árvore porque uma já foi vista em algum momento de nossas vidas, e conseguimos, segundo prega a lei da experiência passada, associar e interpretar a composição, identificando que, realmente, trata-se de uma árvore.
Usabilidade na web e o princípio de Gestalt da experiência passada
Pessoalmente, acredito que o princípio da experiência passada tem muito a ver com a usabilidade na web, já que é a partir de situações já passadas por pessoas que utilizam a internet (estudas por especialistas da área) que determinados comportamentos foram “consagrados” nos “esquemas” de web sites. Por exemplo, posições de determinados elementos num web design facilitam e melhoram a experiência de quem os usam e facilitam a realização de tarefas.
A usabilidade na web é um assunto amplíssimo; só citei a respeito para complementar o assunto e deixar claro que faço parte daqueles que pensam que o princípio da experiência passada e a usabilidade têm muito a ver um com o outro.
Mas este é um assunto para uma outra série…
Conclusão
Como os exemplos de sites mostraram, é possível obter efeitos interessantes e visualmente agradáveis se valendo da teoria do princípio da experiência passada. Como costumo dizer, o mais importante é saber quando usar e, mais importante, o motivo e os efeitos que esta técnica podem causar na experiência de quem vê a obra.
Bem, pessoal, este foi o último artigo sobre Gestalt aplicado ao design web. Muito obrigado a todos que acompanharam a série, gostaram e/ou aprenderam algo sobre Gestalt. Espero ter podido ajudar e, querendo que escreva sobre algo, em especial, envie uma mensagem para mim.
Abraços e até a próxima!